Blog by Guedex
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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Copa 2014: Como estamos com os preparativos?


Quem acompanha um pouco mais de perto as ações preparatórias para a recepção dos jogos da Copa do Mundo no Brasil, em 2014 percebe que estamos atrasados e caminhando lentamente.

Mas o momento eleitoral faz com que esses atrasos fiquem em segundo plano. Somente ficarão mais visíveis terminadas as eleições.

Das nove cidades com estádios públicos, dois ainda não completaram o processo licitatório (Fortaleza, Rio de Janeiro), sendo que Natal nem o edital ainda conseguiu colocar na rua. Entre os privados, o Beira-Rio é o que está com o processo um pouco mais avançado, enquanto Curitiba ainda não equacionou inteiramente o modelo econômico-financeiro. São Paulo é o que está mais atrasado, sem a definição expressa do seu estádio. O Morumbi não foi aceito pela CBF / FIFA e a intenção agora é um estádio cujo projeto ainda não foi assumido oficialmente pelo Comitê Paulista e muito menos apresentado à CBF.

Todas as licitações pública enfrentam algum problema jurídico ou administrativo. Seja pela contestação de concorrentes, ou de licienciamentos ambientais ou de impactos urbanos.

A maioria dos brasileiros quer a Copa do Mundo no Brasil e na sua cidade, mas não um estádio no seu quintal. Os anglo-americanos inventaram uma frase resumida no acrônimo NIMBY (not in my neighbourhood, não em meu bairro ou redondezas).

A reconstrução da Arena Palestra do Palmeiras em São Paulo está parada na espera da aprovação do estudo de impacto de vizinhança.

O Morumbi terá o mesmo problema para as suas obras. Esse teria ser vetado por não apresentar as garantias financeiras para a implantação da reforma aprovada pela CBF/ FIFA.

Se essa fosse a razão, nenhum dos estádios estaria em condições de aprovação, já que não há nenhum esquema econômico-financeiro inteiramente fechado.

O Governo Federal abriu uma linha de crédito de R$ 4,8 bilhões no BNDES para atender aos financiamentos para os estádios, porém, até agora nenhuma operação foi fechada. Há cartas consultas apresentadas, mas nenhum projeto aprovado.

Alguns Estado tem dificuldades de demonstrar a viabilidade econômica e acabarão tendo que desistir do financiamento, arcando inteiramente com os seus recursos orçamentários. A esperança é contar, mais à frente, com aportes federais.

As resistências serão muito fortes a esses aportes. Será para todos ou para nenhum.

Passadas as eleições, a FIFA dará o último dos ultimatos: as cidades que não tiverem as obras dos estádios iniciadas até o final do ano serão eliminadas. Haverá uma pressão para adiar mais esse ultimato, sob a alegação que a responsabilidade agora é de novos governos que precisam de um prazo para tomar pé da situação e cumprir as obrigações. Ainda que em muitos casos os novos governadores sejam os mesmos, reeleitos. Há sempre quem alegue que o ano só começa depois do carnaval.

Ao final e ao cabo o Brasil terá os estádios para a Copa das Confederações em 2013 e para a Copa do Mundo de 2014. Se serão doze ou menos ainda é uma incógnita. Mas será com muitos sustos e sofrimentos.

Desnecessários se os Governos, juntamente com a CBF, fizessem um planejamento adequado. Tiveram tempo e desperdiçaram.

Continuam desperdiçando, dentro da lógica do agoverno Lula: no final dá tudo certo!

Não para todos: os contribuintes que se cuidem.

Um comentário:

Anônimo disse...

NIMBY = not in my back yard (não neighborhood).

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