Reprodução: R7
Entidade exige que São Paulo ou Rio de Janeiro esteja no
torneio pré-Copa do Mundo
Gustavo Alves
A cobrança de Ricardo Teixeira para que o estádio do
Corinthians esteja na Copa das Confederações de 2013 deve fazer o clube
acelerar as obras do estádio. Só que, segundo pessoas ligadas à organização da
Copa do Mundo, o que estará de pé em Itaquera daqui a 26 meses será uma arena
mal acabada, que atenderia às exigências da Fifa mas estaria longe do
"produto final" que será entregue em 2014. Nem a injeção de mais verba
para agilizar a obra fará a construção estar totalmente concluída a tempo.
Na quarta-feira (16), Teixeira aproveitou evento no Museu do
Futebol, em São Paulo, para pedir pela primeira vez que o estádio fique pronto
para a Copa das Confederações, em junho de 2013. Em tom de cobrança, o
dirigente se dirigiu ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ao governador
do estado, Geraldo Alckmin, e ao presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.
Falou sobre a importância da arena e disse que “é fundamental que esteja pronto
em 2013”.
Kassab falou que o decreto para que as obras possam ter início
deverá sair até o fim de fevereiro.
"As coisas estão avançando com muita velocidade em São
Paulo. O Andrés [Sanchez, presidente do Corinthians] cobra o decreto, reclama
do governador. Até o final do mês o decreto será publicado."
O desespero de Teixeira tem um motivo. A Fifa exige que São
Paulo ou Rio de Janeiro estejam na competição de 2013. A entidade vinculou
acordos comerciais à participação de uma das cidades no torneio. Além disso, só
os dois municípios têm a quantidade e a qualidade de serviços de hotelaria
considerada adequada.
Em janeiro deste ano, problemas no orçamento e na cobertura
do Maracanã praticamente inviabilizaram a conclusão do estádio para a Copa das
Confederações, preocupação que até então não existia para a CBF. Diante do
provável atraso no Rio, a entidade voltou todas as esperanças e cobranças para
a arena do Corinthians.
Só que a obra em São Paulo já está atrasada. No primeiro
cronograma, feito em agosto de 2010 para uma arena para 48 mil pessoas, o
início da construção estava marcado para janeiro de 2011, com orçamento de
cerca de R$ 350 milhões e prazo de 30 meses.
No segundo planejamento, com o mesmo prazo e já com o
estádio escolhido para abrir a Copa do Mundo de 2014, o começo da construção
deveria acontecer, segundo Andrés Sanchez, entre o começo de fevereiro e março.
Só que as licenças para que os trabalhos em Itaquera comecem ainda não foram
expedidas, e a última previsão do COL é que as obras tenham início só em abril.
Assim, o clube teria quatro meses a menos para construir uma
arena para 65 mil pessoas a tempo de estar na Copa das Confederações, algo
impossível dentro do orçamento de R$ 650 milhões.
Nem com um novo aporte de dinheiro o estádio ficará pronto
para o torneio. Resta esperar para ver onde serão feitos os cortes para que uma
versão inacabada do “Fielzão” esteja pronta até junho de 2013.
O R7 tentou entrar em contrato com representantes da
Odebrecht, construtora responsável pela obra, e da empresa Coutinho, Diegues,
Cordeiro/DDG, que fez o projeto da arena, mas eles não atenderam às ligações.
Dutos da Petrobras ainda são problema
Na terça-feira (15), a assessoria de imprensa da Transpetro,
empresa responsável pelos dois dutos que passam pelo terreno do futuro estádio
do Corinthians, disse que a questão não está solucionada. A única resolução
tomada sobre o caso prevê para 2014 a retirada ou desvio dos dois dutos de
Itaquera e de vários outros que passam pela cidade de São Paulo. A obra não
pode começar antes que o assunto esteja solucionado.
“Ainda não temos uma alternativa definida em relação a
prazos e custos para equacionar a construção do estádio e os nossos dutos. O
assunto está sendo analisado. Há um Plano Diretor de Dutos (PDD), já em curso,
a cargo da Petrobras, que prevê o remanejamento de diversos dutos que hoje
cruzam a cidade de São Paulo. Os dutos Osvat 22 e Osvat OC 24 [que passam por
Itaquera] estão incluídos no PDD. No atual cronograma do plano, a desativação
destes dutos, e sua consequente substituição por novas unidades em outros
traçados, estão previstas para acontecer a partir de 2014”.
Um comentário:
Nessas hora queria ser advogado... Tenho certeza que existem muitas formas de questionar legalmente o que está sendo feito para acelerar essas obras, que inviabilizaria esses prazos. Por exemplo :
Cadê o estudo de impacto ambiental???
A consessão do terreno tinha um prazo para inicio das obra, em 1990, se não me engano, e esse prazo não foi cumprido. É licito fazer nova concessão agora???
O uso de incentivos fiscais é no minimo questionável. Quando empregos vai criar esse empreendimento? Quanto retorno social ele obterá? Não deveria ter um estudo de impacto social para concessão dos CIDS?
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