Reprodução: Site Oficial do SPFC
Projeto original de escoamento de água que garantiu o
clássico de domingo é um dos melhores do mundo
Ana Luiza Rosa
O sistema de drenagem do Morumbi foi elogiadíssimo após o
clássico entre São Paulo e Palmeiras, no último domingo, já que conseguiu em
poucos minutos escoar a água que caiu no gramado em uma das maiores tempestades
do ano. Mas você sabe como ele funciona? Conheça um pouco mais sobre a
estrutura da casa do Tricolor.
O sistema começou a ser planejado em 1954. No dia 23 de
junho daquele ano foi assinado o contrato de construção do sistema junto a
Civilsan – Engenharia Civil e Sanitária S/A ao valor de Cr$ 4.382.437,00. As
obras se iniciaram em 29 de outubro e demoraram cerca de seis meses.
Em 20 de abril de 1955 foram entregues 24 mil metros
quadrados de cobertura (campo + pista) com drenos em formato de espinha de
peixe e recobertos por uma configuração de camadas de solo estudadas e
desenvolvidas pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
Abaixo do gramado vêm diversas camadas que são responsáveis
pelo escoamento de água, que é direcionada para uma galeria pluvial construída
pelo São Paulo também em 1954. São elas:
- Grama
- Terra: aproximadamente 60cm
- Areia grossa: aproximadamente 30cm
- Pedras: a camada pode variar entre 0,5m e 1m40
- Tubulação: de seis a oito polegadas de espessura
- Pedras
- Terreno original
- Galeria pluvial: diâmetro de 1m80
Da galeria pluvial, a água é direcionada para o córrego
Antonico, que se encontra com o córrego Pirajussara e então desemboca no Rio
Pinheiros.
“A gente tem usado terra com teor de areia muito grande, ou
só areia, para aumentar a capacidade de absorção da água”, explica o engenheiro
responsável pelo Morumbi, Walter Follador Junior, que conta como é a rotina de
cuidados com o campo.
“Furamos o campo com uma máquina que acabamos de comprar.
Essa máquina faz buracos no campo, tirando cilindros de terra que preenchemos
com areia. Isso é feito toda vez que percebemos que a superfície do campo está
compactada e que pode comprometer a drenagem”, completa.
Roberto Barros Lima, engenheiro-fiscal da construção do
Morumbi, diz que o bom funcionamento do sistema de drenagem não é à toa, já que
foi cuidadosamente estudado. “Todos os engenheiros envolvidos na obra foram
muito cuidadosos com o projeto da galeria e também da drenagem. Imaginamos
muito bem a coisa e com certeza é por isso que funciona tão bem”, lembrou.
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