Reprodução: Folha.com
Com uma aposta em atletas jovens e
política financeira apertada, o São Paulo se tornou a casa preferida dos
jogadores de empresários.
Entre os 12 maiores times brasileiros,
a equipe do Morumbi é a que mais possui atletas em seu elenco principal com
contratos vinculados a clubes de fachada.
Dos 32 jogadores do seu grupo
profissional, sete pertencem a esses times de aluguel. O Vasco, com seis nomes
nessa situação, é quem mais chega perto do índice.
Segundo o vice de futebol são-paulino,
João Paulo de Jesus Lopes, esse dado não é nada mais do que a prova de que os
investidores veem o clube como um grande parceiro, uma ótima vitrine.
Mas isso reflete também a forma como o
clube se comporta no mercado e tenta evitar os gastos. Para trazer o lateral
direito paraguaio Iván Piris, do Cerro Porteño, recorreu à ajuda do grupo do
empresário Gustavo Arribas, ligado ao iraniano Kia Joorabchian, presidente da
MSI na parceria com o Corinthians.
Foi o fundo do argentino que pagou os
US$ 3,6 milhões (R$ 5,6 milhões) pelo jogador, que será registrado no Deportivo
Maldonado, um pequeno time uruguaio, e emprestado ao São Paulo.
"Para o jogador, não faz diferença.
A questão é que a legislação da Fifa serve para proteger os clubes", diz
Nick Arcury, empresário do atacante Willian José, que também é de Arribas.
Os clubes de aluguel são uma manobra
de agentes e fundos de investimento para driblar a regulamentação da Fifa que
permite que apenas times de futebol sejam donos dos direitos dos jogadores.
Equipes como Deportivo Maldonado,
Desportivo Brasil, que pertence à Traffic, Tombense, do empresário Eduardo
Uram, e Rentistas-URU, do agente Juan Figer, todas com jogadores no São Paulo,
têm como função principal intermediar negociações para times que servirão como
vitrine. E, assim, aumentar o lucro gerado por uma futura venda, de preferência
para a Europa.
"É tudo legal. O parceiro privado
quer o lucro, e nós desejamos o jogador. É uma forma de os dois ficarem
contentes", afirma Jesus Lopes.
Segundo ele, o São Paulo só aceita uma
parceria se ficar com pelo menos 20% dos direitos econômicos do jogador,
permanecer com ele por um ano e meio e, principalmente, tiver a palavra final
sobre uma eventual venda.
"Ganhamos dinheiro com os jovens
formados aqui", completa o cartola, ressaltando que o time não costuma
negociar parcelas dos direitos das crias de sua base para levantar dinheiro.
(RR)
2 comentários:
A gambazada vende jogadores e não entra quase um centavo para o clube porque os jogadores estão fatiados e eles fazem essa matéria sobre o São Paulo?
Acho que o São Paulo começou a atrair alguns investidores e isso está incomodando alguém, pois essas matérias estão sendo divulgadas pelos mesmos "guichês" que divulgam só maravilhas da gambazada.
É só ver quem falou sobre o assunto...
Também não gosto, mas é a realidade, quem vai bancar a grana pra reforma do Morumbi? O torcedor mais desatento acha que quem banca a reforma do Morumbi é o clube, nada mais justo, se eu não me engano é o Tricolor mais meia dúzia de empresas que firmaram parceria, o que é o correto, já esses jogadores são apostas e não correspondem a metade do elenco, o mais importante deles é o Rhodolfo, fazem parte dessa lista o Fernandinho, Xandão, WJ, que convenhamos não são o sonho de ninguém, os dois gringos são promessas, tomara que virem realidade.
Outra coisa, nessa ambiente de empresários não tem santo, no futebol muito menos, se quer bom jogador vai ter que negociar com alguém relacionado a essa corja do Kia, porém ser amigo, aceitar interferência ou levar uma grana por fora é coisa que devemos ficar de olho.
Helder
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