A possível venda de Lucas para o Manchester United tem dividido
opiniões.
As últimas informações divulgadas pela mídia estimam que o
clube inglês estaria disposto a pagar R$ 100 milhões pelo meia-atacante, sendo
que 80% desse valor pertenceria ao Tricolor caso o negócio seja fechado até o
final deste mês. Após esse prazo o acordo feito na última renovação contratual
prevê que Lucas passe a ter direito a 30% dos seus direitos econômicos.
Para uns, vender o jovem craque seria abdicar de conquistas nesta temporada, nem que seja uma vaga para a Libertadores 2013,
competição de maior prestígio e para a qual o clube não se classifica há três
edições.
Alegam também que com o fechamento da janela de
transferência internacionais não seria possível fazer uma reposição a altura, e
mesmo que fosse, o custo de aquisição dos direitos somado aos altos salários
pretendidos pelos atletas de nível (sempre acima de R$ 500/600 mil mensais) não
compensariam
Segundo essa parte da torcida o São Paulo existe para
conquistar títulos e não para obter ganhos financeiros.
Para outros, rejeitar a milionária oferta dos Red’s seria um
ato de grande irresponsabilidade da diretora pois deixaria passar uma rara (talvez
única) oportunidade de sanear as finanças do clube, que embora o clube não seja
uma atividade com fins lucrativos, tem altos custo de manutenção, sem falar no desafio de manter seu estádio a frente ou no mesmo nível das novas e modernas
arenas que serão inauguradas na cidade.
Para esses, embora Lucas seja um grande jogador sua presença
na equipe não é garantia de títulos. Além disso pode haver uma desvalorização
assim como ocorreu com Hernanes.
Outro motivo de preocupação seria uma possível queda de
rendimento do atleta uma vez que ele deixaria de ganhar R$ 20 milhões, além é
claro de jogar no futebol mais organizado do mundo.
Isso sem contar que logo de cara o clube perderia mais 10% em
futuras transações.
Penso que ambas opiniões estejam corretas e qualquer que
seja a decisão que a diretoria venha a tomar com certeza causará descontentamento
numa parte da torcida.
Juvenal tem que tomar uma decisão delicada e difícil.
Não vou entrar no mérito se a venda deve ou não ser concretizada. Assim com a maioria de vocês sou apenas um torcedor e cada um tem a sua opinião. Com certeza
nenhum torcedor tricolor gostaria de vender o
Lucas.
O que quero expor para debate é porque que chegamos ao ponto
de pensarmos e discutirmos a necessidade de vender ou não um dos poucos talentos
que essa equipe possui.
Em minha modesta opinião os departamentos de Marketing e
Jurídico do clube tem enorme responsabilidade nisso.
O departamento de Marketing não teve competência para conseguir patrocínio para essa temporada, o que faz com que o cofre do clube
deixe de receber R$ 25 milhões, ou seja, 1/3 daquilo que o São Paulo espera
receber por Lucas.
E não venham me dizer que outros clubes também estão com
dificuldade para obter patrocínio porque há muitos outros que tem seus
parceiros.
O Marketing tricolor tinha a obrigação de ter uma “carta na
manga” mesmo quando o contrato com o BMG estava em vigor.
Quando ao departamento Jurídico, se eles tivessem tido
competência para elaborar o contrato de Oscar não deixando brechas para
questionamentos na justiça, o clube receberia R$ 70 milhões (já descontado os
10% a que o meia tinha direito) e não R$ 17 milhões pela venda do atleta ao
Chelsea.
A soma da incompetência desses dois departamentos impediram
que R$ 95 milhões entrassem nos cobres do clube. Ou seja, um Lucas!
Em qualquer atividade o profissional, o quê aconteceria com
executivos que apresentassem esses resultados?
Já imaginaram se esses R$ 95 milhões tivessem entrado no caixa e o Tricolor ainda tivesse um “ativo” no valor de outros R$ 100 milhões?
E antes que digam que estou defendendo o JJ ou querendo
isentá-lo caso a venda se concretize, enfatizo que essas pessoas foram parar na
diretoria, e lá permanecem, por sua vontade.
É muita incompetência junta.