O São Paulo precisa de um Choque de Gestão

Ganhamos tudo nos últimos cinco anos: Paulista, vários Brasileiros, Libertadores, Mundial... tudo! Mas esse tempo passou.

Não acho que estejamos em crise ou que todo trabalho esta errado, tão pouco acho que temos a obrigação de sermos campeões todos os anos. Mas esta claro, pelos resultados recentes, que algo deixou de funcionar.

Quando digo isso, não estou me referindo somente ao time, mas ao clube como um todo, basta ver o que esta acontecendo (e o que ainda esta por acontecer) nas categorias de base, no isolamento político em que o clube se encontra devido à rusgas com a FPF, CBF e com outros clubes, e até mesmo na política interna, onde a alteração dos estatutos que possibilitou a extensão do mandato de JJ, esta sendo questionada na justiça.

Isso sem falar na falta de habilidade no trato com a Fifa ao confrontar-se com Jérôme Valcke, secretário geral da entidade. O São Paulo não ganha nada com isso, muito pelo contrário.

Mas como esses problemas institucionais só poderão ser resolvidos com a eleição de uma nova diretoria, vou me focar no departamento de futebol, mais precisamente na sua gestão.

Se quisermos realmente ir adiante na Copa Libertadores de América, uma solução precisa ser encontrada urgentemente, pois o tempo é curto, e uma derrota no próximo jogo contra o Nacional, daqui a apenas doze dias em Asunción, será fatal.

E infelizmente, uma parte dessa solução passa por Ricardo Gomes. Não é uma decisão fácil de ser tomada, pois além de Ricardo ser uma excelente pessoa, esta vivendo um momento delicado. Talvez nem mesmo ele saiba ainda se deve continuar com a rotina estressante de treinador. Sua família com certeza terá grande peso na decisão.

Gosto da maneira como Ricardo Gomes vê taticamente o futebol, mas sinto nele uma certa dificuldade em implantar e cobrar a execução daquilo pensa. Acho que ele pode contribuir, e muito, com o São Paulo ocupando um outro cargo. Não o de gerente de futebol, cargo que pelo que sei, não existe no São Paulo. Penso em algo maior: o de superintendente de futebol, ocupando o lugar de Marco Aurélio Cunha.

Marco Aurélio hoje se dedica menos ao Tricolor devido a sua condição de vereador e a única coisa que faz como representante do clube, é ficar dizendo besteiras na mídia (outra coisa que não agrega nada) como se fosse um simples torcedor. Ricardo ao contrário, tem perfil agregador, experiência internacional e conhecimento técnico para ditar o rumo do futebol no Tricolor.

Mas quem assumiria o comando técnico da equipe? Bom, agora é que vocês vão achar que eu estou louco mesmo. Meu nome para esse momento em que precisamos de um remédio forte e eficaz é Emerson Leão. Calma, eu explico.

Leão não é um gênio dos esquemas táticos. Também não é o paizão que todo jogador gosta. Muito menos ainda, aberto a diálogos que possam “sugerir” soluções para o time. Leão viria para fazer o mesmo que em 2005: arrumar a casa e ir embora.

Leão não é um chazinho ou um comprimido qualquer. É uma intravenosa. Leão é rude, assertivo, grosso até. E é isso que ao meu ver, o São Paulo precisa hoje para colocar esses jogadores mimados na linha.

Pronto, tá dito. Agora podem descer a lenha em mim.