Reprodução: Portal 2014
Cadê as garantias?
A CBF cortou o Morumbi, ainda em junho, alegando que São Paulo não havia apresentado as garantias financeiras para o projeto de 600 milhões, dentro do prazo.
Supondo que esse prazo fosse junho, ou mais tardar julho, com o final da Copa 2010, todos os demais teriam apresentados garantias suficientes para não serem cortados.
Não é, no entanto, o que parece.
O Governo Federal instou o BNDES a abrir uma linha de crédito de R$ 4,8 bilhões para financiar a construção ou reconstrução das arenas, limitando o valor a R$ 400 milhões para cada arena.
Alguns interessados já apresentaram carta-consulta, mas nenhum financiamento foi aprovado até agora.
Ou seja, aqueles que dependem do financiamento do BNDES não tem garantido os recursos.
Por outro lado, começam a surgir notícias, aqui no Portal 2014, de recusas de financiamentos, como o da Caixa Econômica em relação ao monotrilho de Manaus e do BNDES em relação às garantias propostas por Curitiba para a arena da baixada.
Vamos assistir nos próximos dias ou semanas novas notícias de recusas.
As do BNDES não deverão ser definitivas para não influir no processo eleitoral.
O processo eleitoral sempre leva a adiamento de decisões mais penosas.
No caso a recusa de financiamento, por falta de viabilidade econômico-financeira que garanta o retorno dos financiamentos.
Hoje já se dispõe de um modelo econômico do qual o BNDES não poderá fugir ainda que seja pressionado a aprovar os pedidos de financiamento.
O empreendedor do estádio, pretendente ao financiamento terá duas fontes de receitas principais e outras acessórias.
A primeira e principal é do aluguel do estádio para jogos, correspondente a 10% da receita dos ingressos. Qualquer projeção de demanda, por mais forçada que seja, não poderá desconhecer as estatísticas passadas e mais recentes com relação ao número de jogos, a lotação média e o valor do ingresso médio.
A segunda é da venda dos camarotes e cativas, que terão um valor inicial (podendo ser pago parceladamente) e mensalidades de manutenção. O potencial de comercialização dos mesmos é limitado em função do número de torcedores dos times locais e o nível de renda. Projeções excessivamente otimistas serão denunciadas.
As demais receitas como o “naming right”, locação de áreas para lojas, teatros, cinemas, etc serão complementares, com baixo peso relativo na geração das receitas.
Fica a incógnita da utilização da arena para shows, cujo mercado global ainda é pouco conhecido.
O BNDES já deveria ter contratado (se é que já não contratou) juntamente com a EMBRATUR uma consultoria internacional para avaliar o potencial econômico de shows no Brasil, para subsidiar ou respaldar as projeções. Dessa forma tiraria o “achismo” ou as ilusões com respeito às receitas dos shows.
Sem um mínimo de respaldo técnico capaz de sustentar a viabilidade econômica, o BNDES não irá aprovar os financiamentos, deixando os empreendedores com a “brocha na mão”.
Para viabilizar o inviável, além dos insuficientes benefícios fiscais previstos no RECOM, a alternativa será de aportes diretos da União, com aporte financeiros, sem retorno, ou seja, a fundo perdido para completar os gastos com as construções.
Concretizando o que já se previa e se prevê: no final do processo haverá a participação das negadas contribuições de recursos públicos para os estádios.
Serão federais porque a União, com o uso e abuso das Medidas Provisórias coloca o Legislativo diante da fatos consumados.
O desenrolar da novela já é conhecido.
Poderá haver alguma mudança?








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