Blog by Guedex
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Simplesmente imperdível: Estreia hoje, Senna

 

Era junho de 1984, um domingo no Grande Prêmio de Mônaco. Enquanto caía uma chuva torrencial, um dos melhores grupos de pilotos da história das corridas automobilísticas se alinhava na pista. Nada menos que seis atuais ou futuros campeões mundiais competiam naquele dia, incluindo o detentor do título Keke Rosberg; um impassível e destemido inglês chamado Nigel Mansell; o bicampeão mundial austríaco Niki Lauda; o confiante bicampeão mundial Nelson Piquet; e o homem chamado de ‘O Professor’, o francês Alain Prost, que na época estava a ponto de ser considerado por muitos o piloto mais completo de todos os tempos. Enquanto isso, na 13a posição do grid, atraindo pouco interesse em seu nada conceituado Toleman, estava um impetuoso jovem piloto em apenas sua sexta corrida de Fórmula 1.

Quando os motores deram partida e os pilotos arrancaram pelas ruas da cidade, o homem que começou em 13o disparou na pista, demonstrando uma técnica de virtuoso e uma coragem impressionante ao passar cada carro à sua frente, alcançando Prost na 32a volta. Esse homem era Ayrton Senna, anunciando sua chegada ao mundo da F1 com uma corrida espetacular.

Senna, porém, não venceu a prova. Ele perdeu apenas por uma questão técnica, fazendo com que o primeiro lugar ficasse com Prost. Mas o brasileiro não ficou amargurado, aquele ainda era seu primeiro pódio, e o que ocorrera aquele dia daria o tom da futura carreira do jovem piloto. Ele frequentemente venceria nas pistas, mas seria derrotado fora delas, lutando contra o que considerava injustiças em um esporte altamente politizado. Ainda assim, superou obstáculos em seu caminho, ganhou três campeonatos — seus anos na McLaren criaram uma rivalidade feroz com o integrante da equipe e rival Prost — e alcançou o status de superestrela mundo afora. Para a imprensa internacional, Senna mostrou-se um campeão encantador e arrojado; à sua mídia nativa brasileira, ele era um homem humilde e profundamente religioso.

No auge de suas forças, no entanto, enquanto corria no Circuito de Ímola em San Marino, veio o desastre. Era a terceira prova da temporada de 1994 e, durante o treino classificatório, Rubens Barrichello, um aprendiz de Senna, bateu e se feriu. Um dia depois, o piloto austríaco Roland Ratzenberger atingiu um muro a 320km/h, morrendo instantaneamente. Senna ficou abalado e parou para pensar se deveria continuar correndo. Seu grande amigo e médico da F1 professor Sid Watkins aconselhou-o a não correr no domingo. Mas o orgulho, senso de responsabilidade com sua equipe e o esporte e sua necessidade de subjugar o medo levaram Senna a ir adiante.

No domingo da corrida, Senna pilotou por apenas duas voltas depois que o safety car saiu da pista, antes de bater na curva de alta velocidade Tamburello, seu carro indo de encontro a um muro de concreto a mais de 200km/h. Em 1987, Nelson Piquet havia batido na mesma curva, resultando em uma concussão amena; em 1989, o carro de Gerhard Berger escapara na Tamburello, explodindo em um bola de chamas, mas deixando o piloto vivo. Em 1994, quando Senna bateu, seu carro atingiu a parede em tal ângulo que parte da suspensão voou e perfurou seu capacete, causando fraturas cranianas fatais. Os médicos encontraram uma bandeira austríaca no carro do piloto: ele planejara homenagear Ratzenberger ao terminar a corrida. 

A notável história de Senna, pontuando suas realizações físicas e espirituais nas pistas e fora delas, sua busca por perfeição e o status de mito que ele alcançou são os temas de SENNA, um documentário que abrange os anos da lenda do automobilismo como piloto de F1, desde sua temporada de estreia em 1984 a sua morte precoce uma década depois. Muito mais que um filme para fãs da F1, a produção expõe uma história extraordinária de maneira igualmente incrível, evitando o uso de muitas técnicas padrões de documentários e favorecendo uma abordagem mais cinematográfica, que faz uso total de filmagens estarrecedoras, boa parte inédita, tirada dos arquivos da F1.

Universal Pictures apresenta SENNA em associação com StudioCanal. Uma produção Working Title em associação com Midfield Films, o filme é dirigido por Asif Kapadia, escrito por Manish Pandey e produzido por James Gay-Rees, Tim Bevan e Eric Fellner. Os produtores executivos são Kevin Macdonald, Manish Pandey, Debra Hayward e Liza Chasin.

SENNA foi realizado com completa cooperação da família de Ayrton  Senna, que concedeu permissão para que esse fosse o primeiro filme-documentário sobre a vida do piloto; e com apoio tanto da Fórmula Um, que deu permissão à equipe para usar filmagens inéditas, quanto do Instituto Ayrton Senna, organização não-governamental criada em 1994, que oferece educação de qualidade a milhões de crianças e jovens brasileiros. Apresentado pela Universal Pictures e Working Title, o documentário SENNA tem seu lançamento no Brasil patrocinado pelo Grupo Bradesco Seguros e pela Embratel, importantes parceiros do Instituto Ayrton Senna.

www.paramountpictures.com.br/senna/



2 comentários:

Xandão disse...

Guedex... com a F1 de hoje e mais ainda com os pilotos brasileiros da atualidade da até tristeza que ver esse filme... mas mesmo assim não da pra perder por NADA!

O duro eh chorar igual um maricas no cinema... pq segurar a onda com os feitos desse cara eh COMPLICADO!

Abraço!

Guedex disse...

Xandão,
Vou pro cinema de camiseta do "S" e boné do "Nacional"!
Sou suspeito pra falar qualquer coisa de cara.
Ps. Vou TENTAR chorar só da saudade da felicidade e do sentimento que noa não somos "vira-latas" que ele nos trouxe.

Valeu, pela presença "the First!"

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