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Fifa condena "vida dupla" de Rivaldo , e São Paulo
pede ao reforço que se afaste do Mogi
Rafael Reis
A Fifa condena a decisão de Rivaldo, 38, de continuar na
presidência do Mogi Mirim mesmo depois de ter sido contratado para jogar no São
Paulo. Mas a entidade não deve fazer nada para evitar o acúmulo de funções do
meia.
O artigo quinto do Código de Ética da federação que regula o
futebol mundial afirma que um oficial de confederação, associação, liga, clube
ou da própria Fifa "não pode exercer sua função em casos em que haja ou
possa haver conflito de interesses".
A maioria dos especialistas em Direito esportivo ouvidos
pela Folha afirmou que a situação de Rivaldo se enquadra no artigo e que o
jogador pode enfrentar delicadas questões éticas se insistir em se dividir
entre os dois times.
"É óbvio que as duas funções são incompatíveis. Pode
até ser que nada aconteça, mas o tom disso tudo não é muito ético",
afirmou o advogado Edson Sesma.
"O São Paulo pode precisar que o Mogi Mirim tire pontos
do Corinthians. E se os dois times se cruzarem nas finais do Paulista?",
disse o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, Rinaldo
Martorelli, outro especialista na área.
Ambos defendem que Rivaldo peça licença do cargo de
presidente do Mogi Mirim para se dedicar apenas ao São Paulo e evitar qualquer
suspeita de atitude antiética.
O clube do Morumbi também deseja exclusividade de seu
principal reforço de 2011.
"Se houvesse um novo confronto com o Mogi [o São Paulo
derrotou a equipe do interior na primeira rodada do Estadual], não gostaríamos
de tê-lo como dirigente adversário", disse o diretor de futebol
são-paulino, João Paulo de Jesus Lopes.
"Acredito que, em um momento oportuno, o Rivaldo vai
colocar alguém no lugar dele", afirmou o dirigente.
Apesar da confiança do São Paulo, o Mogi Mirim informou que
a possibilidade de afastamento de seu atual presidente nunca existiu -Rivaldo
se recusa a falar com os jornalistas até sua apresentação no novo clube.
Segundo os especialistas consultados, a Fifa não deve se
opor à "vida dupla" do jogador, por se tratar de um assunto nacional.
Nesse caso, caberia apenas à CBF limitar a atuação de Rivaldo.
"Esse tipo de veto precisaria estar expresso no
regulamento. Mas, normalmente, ele só proíbe a utilização de atletas suspensos
ou com restrição na inscrição", declarou o procurador-geral do STJD, Paulo
Schmitt.
A reportagem entrou em contato com a CBF e a Fifa, mas não
obteve resposta até o fechamento desta edição.
Comentário do blog
Na minha opinião Rivaldo deveria se licenciar do
Mogi pois há sim conflito de interesses (e continuaria havendo mesmo estando
ele afastado). Além disso, as questões administrativas do clube
poderiam comprometer seu desempenho (que ainda é
um mistério) dentro de campo.
E por último, há a questão ética.
2 comentários:
O juninho no ituano ano passado fez isso ... presidente e jogador...
é complicado isso mas esteve SOMENTE no Ituano.. Agora seu tio Rivaldo ... esse realmente precisa licenciar (para ingles ver) do cargo para daí sim vestir o manto sagrado...
FIFA? Que moral quem comanda essa entidade tem?
Cabe ao Rivaldo se afastar do Mogi, coisa que a direção sugeriu desde o início.
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