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Meia mostra boa forma física, movimenta-se bastante, apesar
do sol forte, e deve estrear na quinta-feira, contra o Linense, ou no dia 19,
com o Bragantino
Giuliander Carpes
Com o mesmo corpo - 73 kg distribuídos em 1,86m - com o qual
se tornou o melhor jogador do mundo, em 1999, e campeão mundial com a seleção
brasileira na Copa da Coreia do Sul e do Japão, em 2002, Rivaldo se apresentou
ontem ao São Paulo. Treinou pela primeira vez com os companheiros, no Centro de
Formação de Atletas de Cotia, e impressionou. Debaixo de um sol forte, mais de
30 graus, o meia de quase 39 anos movimentou-se como qualquer outro jovem
jogador são-paulino.
"Sempre me cuidei bastante, nunca tive lesões sérias.
Estou bem e vou jogar tranquilamente em todas as partidas que o treinador
precisar", explicou. "Estou no futebol há muito tempo e é muito raro
ver atletas com a idade dele na condição em que se apresentou. Seus exames
médicos foram perfeitos, sua condição é muito boa", assegurou o médico
José Sanches.
Rivaldo já se pôs à disposição para estrear. Paulo César
Carpegiani, no entanto, prefere aguardar mais um pouco. "Seria até falta
de ética com os companheiros chegar e já atuar. Conversei com o treinador e
vamos esperar mais um pouco", disse o astro. O técnico quer ver qual será
a melhor posição para o veterano. O novo camisa 10 são-paulino gostaria de
atuar de acordo com o número de seu uniforme, na armação.
Joguei assim toda a vida e é como gosto de atuar. Sem
posição fixa, com liberdade para armar as jogadas."
Depois de correr por quase duas horas, o craque ainda
treinou chutes a gol ao lado de Marcelinho Paraíba. Demorou um pouco para
calibrar a famosa perna canhota que marcou cinco gols na Copa de 2002 - chutou
algumas bolas por cima da cerca que fica atrás da meta. Mas depois acertou a
trave duas vezes antes de encontrar as redes. Espera que isso seja frequente na
sua volta aos gramados. "Mesmo com 38 anos, eu vou para o pau",
garantiu.
A data de sua estreia ainda não está definida. A ideia da
diretoria é apresentá-lo à torcida no Morumbi. Portanto, se não for na
quinta-feira, diante do Linense, ficará apenas para o dia 19, sábado, contra o
Bragantino - a equipe tricolor tem antes dois compromissos pelo Paulista e um
pela Copa do Brasil fora de casa.
Marketing discreto. Além do contrato com a Visa, que renderá
R$ 600 mil ao clube para o jogo da estreia de Rivaldo - a marca ficará
estampada na barra da camisa -, o São Paulo não prevê "abuso" na
utilização da imagem do jogador. O projeto é tentar fechar mais acordos
parecidos com a administradora de cartões de crédito, mas o camisa 10 não
deverá ser estrela de muitas propagandas.
"Vamos respeitar o estilo discreto que o Rivaldo teve
durante toda a sua carreira. O Robinho, por exemplo, é um jogador mais irreverente,
mas o Rivaldo não é assim", afirmou o diretor de marketing tricolor,
Adalberto Baptista, que garantiu pelo menos participação do atleta em
licenciamento de produtos como material escolar, camisetas e brinquedos.
"Sua trajetória como jogador e as atuações que terá em campo são as
melhores iniciativas de marketing em que podemos envolvê-lo."
Sonho antigo. O São Paulo tentou contratar Rivaldo antes
mesmo de ele estourar pelo Mogi Mirim, entre 1992 e 1994. Mas chegou atrasado.
Por indicação de Telê Santana, o jogador chegou a se apresentar no gabinete do
então presidente José Eduardo Mesquita Pimenta. Mas Rivaldo disse que tinha
negociado antes com o Mogi e cumpriria o acordo.
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