Há um dito no Brasil de que o ano só começa depois do
Carnaval. Neste ano de 2011 o Carnaval é no começo de março, o que adia, em
muito, o início do ano. E os brasileiros agora parecem ter convencido o
Secretário Geral da FIFA, Jèrome Valcke de tal princípio.
Ele só deve começar as cobranças efetivas depois do
Carnaval.
Assim como fez com o Presidente do COI, os brasileiros
convidam as autoridades para acompanhar ou participar dos grandes eventos
turísticos: o reveillon de Copacabana e agora o Carnaval carioca. Os baianos
ainda não entraram na agenda.
Terminado o Carnaval e a farra, chegará a hora da verdade.
Quais serão, efetivamente, os estádios para a Copa. Onde será a abertura? Em
que cidade ficará o Centro de Mídia?
As pendências mais conhecidas são de Natal e de São Paulo.
Natal não consegue encontrar parceiros que, efetivamente, se disponham a
investir no estádio. As manifestações de interesse são grandes, mas na hora do
“vamos ver”, ninguém mostra as cartas. Das doze cidades, em apenas três
(Salvador, Belo Horizonte e Recife) há efetivas parcerias público-privadas. Na
forma de concessões administrativas, ou sejam, baseadas em mesadas futuras.
Cinco delas foram assumidas pelos Governos Estaduais (Cuiabá, Manaus, Brasilia,
Rio de Janeiro e Fortaleza).
São Paulo está terminando o mês, sem a decisão prometida. O
Corinthians não conseguiu fechar a equação financeira, esperando ainda por
recursos públicos para completar o orçamento. O que fica cada vez mais difícil,
diante da situação das contas públicas.
A Prefeitura de São Paulo quer mesmo é sediar o Centro de
Mídia. Esse é mais importante e mais rentável para a cidade do que o jogo de
abertura. Para o Centro de Mídia, pode colocar recursos públicos, pois a sua
proposta envolve o Anhembi, que é uma edificação pública.
Quer ter jogos, mas não necessariamente o da abertura. Para
isso tem a opção do estádio do Corinthians, sem a ampliação ou até mesmo a nova
arena do Palestra. Em último caso, voltam as opções do Pacaembu e do Morumbi,
sendo essa mais remota.
O apoio público ao estádio de Itaquera só ocorrerá se a FIFA
condicionar o Centro de Midia à abertura.
Nesse caso haverá uma nova engenharia financeira. Essa
poderá ser uma sociedade de propósitos específicos, de caráter misto, com
participação acionária do Estado ou Municipio, devidamente autorizados por lei,
juntamente com a construtora e o clube, contemplando todas as receitas futuras
da arena. O que o clube tem resistido a conceder.
Não há viabilidade num estádio para a abertura, sem passar
para o investidor todas as receitas futuras, o que o Corinthians não quer,
dando origem ao impasse até agora não superado.
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