Reprodução: Coluna co PVC, Folha.com
A saída de Marco Aurélio encerra as despedidas dos que eram
contra valorizar atletas da base
Não é verdade que o preparador físico Carlinhos Neves saiu
do São Paulo apenas por causa da seleção brasileira. Foi também parte da
reforma que a diretoria tricolor decidiu fazer na comissão técnica.
Antes dele, saiu o fisiologista Turíbio Leite de Barros. E,
na última quinta-feira, o superintendente Marco Aurélio Cunha pediu demissão.
Não é justo dizer que Juvenal Juvêncio gostou da saída de
Marco Aurélio Cunha. Preferia contar com ele. Mas a mudança fecha o ciclo de
despedidas daqueles que não viam com bons olhos a política de valorização dos
jogadores das divisões de base.
A contratação de Rivaldo não contraria a política dos novos
Menudos, como contratar Falcão não tirou o talento de Muller e Silas em 1985.
"Na Copa São Paulo, montamos um time com 11 jogadores
diferentes daqueles que ganharam o torneio do ano passado. Temos nove jogadores
de Cotia no CT dos profissionais e cinco na seleção que disputa o Sul-Americano
sub-20. Não é coincidência", diz o presidente do São Paulo.
Não é mesmo. O aparecimento de Bruno Uvini, Lucas, Henrique
e Casemiro desmente a teoria construída no CT da Barra Funda de que o CT de
Cotia não cumpria seu objetivo.
Marco Aurélio Cunha era um dos que apontavam a deficiência
da formação de jogadores, vários vindos de outros clubes e mimados por
empresários que os abastecem com carros e telefones celulares. Para ele,
jogador não sai de Cotia formado para defender o São Paulo.
O diagnóstico de Juvenal Juvêncio é outro. Não faltavam
talentos, mas faltava integrar os CTs amador e profissional. Daí à conclusão
foi um passo: se a Barra Funda é contra Cotia, reforme-se a Barra Funda.
É cedo para saber se o São Paulo será, em breve, o que o
Santos é hoje. Ao mesmo tempo em que o Brasil importa Ronaldinho, o que é bom,
também constrói o consenso de que o melhor time do país é o Santos, de Ganso e
Neymar, formados lá mesmo na Vila Belmiro.
O Flamengo contratou Ronaldinho, mas tem como radiografia
para seu futuro o Barcelona. O melhor time do mundo tem sete titulares formados
em casa. Por enquanto, o time de Carpegiani tem apenas três titulares que
passaram pelas divisões de base: Rogério, Jean e o lateral Juan, ex-Flamengo.
Nesta semana, o dramaturgo Benedito Ruy Barbosa visitou o CT
de Cotia. Saiu de lá com a certeza de que, em breve, Cotia terá formado toda a
base do time titular.
Comentário do blog
Essa informação dada pelo PVC, de que
MAC é reticente quanto a utilização da base, para mim é nova, mas agora,
juntando essa matéria com a declaração dada por ele dele ao LANCENET e reproduzida aqui no blog
(“... resolveram mudar tudo sem planejamento, apostar na base sem
nenhum cuidado”), pode ser verdade. Se for, melhor
que tenha saído mesmo.
Como PVC é um jornalista de credibilidade
e suas opiniões tem grande repercusão, vamos ver se o MAC se pronuncia sobre o
assunto.
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