Blog by Guedex
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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Diretor rebate oposição, nega 'golpe' e defende 3º mandato de Juvenal


Reprodução: ESPN.com.br 
Fábio Matos

Faltam pouco mais de dois meses para as eleições presidenciais no São Paulo, e a temperatura continua elevada nos bastidores do clube. Após as críticas feitas pelo pré-candidato da oposição, Edson Lapolla, em entrevista ao ESPN.com.br no início da semana, chamando o presidente Juvenal Juvêncio de “ditador”, coube ao diretor de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, rebater os questionamentos e defender o terceiro mandato consecutivo do dirigente.
A reportagem do ESPN.com.br tentou entrar em contato com Juvêncio, insistentemente, durante toda a semana, mas o presidente do São Paulo não atendeu ao celular nem retornou as ligações. Eleito em 2006 e reeleito em 2008, o cartola conseguiu aprovar o aumento do período dos mandatos presidenciais no clube de dois para três anos, até 2011. Pela interpretação jurídica do grupo ligado a Juvêncio, o dirigente teria direito a disputar sua primeira reeleição pelo novo formato estatutário, já que a alteração ocorreu durante seu segundo mandato. No São Paulo, os presidentes só têm direito a uma reeleição.
“Eu não falo nem como diretor do São Paulo, mas como conselheiro do clube. A mudança estatutária não foi feita hoje, mas há alguns anos, antes da última eleição. E foi aprovada dentro da postura legal do São Paulo”, disse Jesus Lopes ao ESPN.com.br. “Não houve golpe nenhum. Os sócios votaram na situação, nas últimas eleições (em 2008), com mais de 80% dos votos. Se houvesse desaprovação, eles teriam votado na oposição.”
Imagem: Gazeta Press
O diretor de futebol são-paulino rechaçou as críticas do pré-candidato oposicionista, que atacou o “continuísmo” no clube e criticou Juvenal Juvêncio pelo fato de não ter indicado, ao final de seu segundo mandato, nenhum nome como candidato à sua sucessão, mesmo tendo algumas opções como o vice-presidente de futebol, Carlos Augusto de Barros e Silva, ou o próprio João Paulo de Jesus Lopes, entre outros.
“O São Paulo não tem falta de nomes, pelo contrário. De fato, todos esses nomes têm condições de assumir a presidência do clube. Mas todos eles são os primeiros eleitores do Juvenal. Entendemos que a gestão dele é muito profícua e não há necessidade de mudança”, afirmou João Paulo.
“Quando se fala em continuísmo, as pessoas estão se confundindo com o que acontece com outros clubes”, continua o diretor de futebol. “No São Paulo não há continuísmo. Há eleição definida pelo estatuto. Nós já tivemos presidentes que tiveram mandatos mais longos, como o Laudo Natel, que ficou 14 anos (entre 1958 e 1972) e nos deixou o Morumbi como legado, e o Cícero Pompeu de Toledo (1947-1957).”

'Entidade privada'
Na entrevista ao ESPN.com.br, João Paulo de Jesus Lopes também fez questão de deixar claras as diferenças entre o clube, uma entidade privada, e instituições da democracia brasileira como a Presidência da República ou os governos estaduais e municipais, para justificar o terceiro mandato de Juvenal. “É importante lembrar que o São Paulo é uma entidade privada, e há diferenças em relação às eleições que acontecem para presidente ou governador, por exemplo. Quando uma empresa vai bem, dificilmente há mudança de direção”, aponta.
“A gestão do Juvenal é coroada de êxito. Ele prosseguiu as gestões vitoriosas do Marcelo Portugal Gouvêa (2002-2006, falecido em 2008), e foram duas gestões exitosas”, continuou Jesus Lopes. “Tínhamos um déficit de R$ 40 milhões. Reduzimos esse déficit, e o São Paulo tem sido superavitário em todos os anos desde 2004. Crescemos bastante em patrimônio, com um centro de formação de atletas tido como um dos melhores do mundo.”
O diretor de futebol do São Paulo também citou, entre as realizações do atual presidente do clube, a modernização do Morumbi, “que teve um superávit de R$ 30 milhões em 2010”, e os títulos conquistados pela equipe nos últimos anos, como a Libertadores e o Mundial de 2005 (ainda na administração de Gouvêa) e os três Brasileiros, em 2006, 2007 e 2008.
No início da semana, o ESPN.com.br conversou com Edson Lapolla, conselheiro da oposição do São Paulo, que lançou sua pré-candidatura à presidência caso Juvenal Juvêncio seja mesmo candidato a uma nova reeleição. "O principal erro (de Juvenal Juvêncio) é a centralização. Ele faz tudo da cabeça dele e não ouve ninguém. O modelo atual do São Paulo é arcaico, de 1930”, ataca Lapolla. “É uma vergonha um clube como o São Paulo ter um grupo que está no poder desde 2002 e não tem outra pessoa habilitada para ser presidente. E tem, sim, muita gente boa lá. Esse continuísmo é perigoso. Já está na hora dele (Juvenal) descansar.”
Imagem: Agência Estado
O presidente do São Paulo tem evitado a imprensa enquanto articula fortemente nos bastidores por sua nova reeleição. Na última semana, durante a apresentação do meia Rivaldo no CT de Cotia, Juvenal não conversou com os jornalistas e saiu mais cedo, antes mesmo da entrevista coletiva do novo reforço da equipe.


Um comentário:

Anônimo disse...

Não adianta querer dourar a pílula, é sim um tapa na cara na tradição democrática do clube.

E se for para manter um presidente enquanto ele apresenta resultados positivos, então a atual administração apresenta um saldo negativo desde 2009 e certamente estão dando mais outra razão para eles não continuarem no poder.

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