Reprodução: LANCENET
Saiba mais sobre Riva Carli, preparador físico que, nesta
terça, exigiu bastante do grupo são-paulino
Marcelo Braga
Os jogadores do São Paulo suaram a camisa na terça-feira.
Após a folga recebida depois da derrota por 2 a 1 para o Botafogo, o elenco
trabalhou no campo em dois períodos. E o primeiro, aberto à imprensa, foi de
muito trabalho físico.
- O Riva veio com tudo para dar um pega, mas o importante é
que todo mundo foi dedicado - brincou Junior Cesar, sobre Riva Carli.
O preparador físico, há cerca de um mês no clube, é
conhecido por cobrar muito de seus atletas, sempre em busca da superação. Ainda
em janeiro, durante a pré-temporada, o gaúcho de Lagoa Vermelha aplicou um
treino físico às 7h sem direito a café da manhã, programou um domingo com três
períodos de atividades e motivou os jogadores a base de gritos.
- Não sou linha dura. Busco a performance. Sei que se eu não
demonstrar o objetivo e os caminhos aos atletas eles se perdem. Com uma linha
suave e moderada, o atleta não vai chegar a lugar nenhum - disse o preparador,
ao LANCENET!, em entrevista recente.
Ao chegar ao clube em janeiro e ser apresentado à imprensa,
Riva admitiu ser exigente e disse que monitoraria os jogadores 24 horas por
dia.
- Foi uma maneira de falar que fico hiperatento a tudo o que
ocorre na vida do atleta, tanto positiva como negativamente. A observação tem
de ser diária, se está no peso ideal, se vem bem humorado, pré-disposto, se
está contribuindo com o grupo. São sinais que alteram o dia a dia, você vê se
as coisas estão indo bem. Coisas que influem no jogo e causam prejuízo pessoal
e para o grupo.
Para Cuca, que trabalhou com o profissional no Santos,
Botafogo e Flamengo, é natural que no início dos trabalhos alguns jogadores o
olhem com desconfiança:
- No começo tem um pouco de rejeição, mas no final eles vão
ter a recompensa. Às vezes o cara não vê isso, o treino é mais puxado no
começo, mas dá resultados - disse o técnico do Cruzeiro.
Antônio Lopes, que contou com Riva em sua comissão técnica
no Fluminense, Goiás e, mais recentemente, Atlético-PR, também acha que a
maioria dos jogadores não vê o preparador como um "carrasco":
- Vai muito de jogador para jogador. O cara fica
insatisfeito quando vê que o profissional é babaca. Mas o Riva é malandro, sabe
conduzir os jogadores na vaselina - opinou o treinador do Vitória.
Confira um Bate-Bola com Riva Carli
LANCENET!: Na visão da preparação física, como considera
bebidas alcoólicas e noites mal dormidas?
RIVA: Bebida alcoólica é totalmente prejudical, influi
diretamente na parte fisiológica do atleta, no rendimento físico, afeta órgãos
importantes ao metabolismo e evolução física. E a segunda parte para o sucesso
do treino é dormir, ter equilíbrio hormonal. Ao contrário, o atleta fica
negativo, irritado e não produz. É negativo para todos.
LANCENET!: É fácil perceber quando um atleta está abusando
da noite?
RIVA: É fácil. Ele começa a apresentar irritação, não rende,
percorre caminho contrário ao do grupo, há uma queda física, não tem evolução,
tem lesões musculares...Pode ser problemas de família também, mas aí nós vamos
em busca. Não digo que deva ficar totalmente fora da balada e do convívio
pessoal, mas tem de ter um momento certo. Antes de tudo, ele é um atleta. Tem
de ter uma responsabilidade enorme.
LANCENET!: Em outros clubes, já teve problemas com isso?
RIVA: Sempre tem atletas que querem ter vida dupla, mas são
poucos. Hoje a consciência é grande que o atleta de vida dupla não suporta a
competiação, o ano, a sequência de jogos e as decisões. A não ser que seja um
jogador simples, sem valor no clube e ignorado por ele mesmo.
Um comentário:
A verdade é que tem muita gente acomodada no São Paulo (da diretoria aos jogadores).
No que diz respeito aos jogadores, eu nunca vi um São Paulo, que sempre foi excelência na preparação física, tão fora de forma como no ano passado.
Alguém lembra que o Cicinho não entrava em forma de jeito nenhum?
Estão estranhando...
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