Reprodução: Placar
Sérgio Xavier Filho
Diante da decisão da CBF de reconhecer os títulos de Robertão e Taça Brasil como Campeonatos Brasileiros, PLACAR tomou a decisão mais coerente com seus 40 anos de história: manter a pontuação de seu ranking de clubes
Quanto vale um Robertão? Qual é a importância de uma Taça Brasil, de um Rio-São Paulo? Essas questões apareceram com força nos últimos meses quando a Confederação Brasileira de Futebol passou a estudar o pedido de alguns clubes para unificação das competições nacionais. Em dezembro, o veredicto: a CBF passou a considerar Robertão e Taça Brasil como Campeonatos Brasileiros.
A caixa postal de PLACAR inchou. E agora, como fica o Ranking PLACAR? Será que meu time vai ganhar muitos pontos com a nova canetada oficial? Antes da resposta vale um esclarecimento sobre o papel da revista na história do futebol verde-amarelo.
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São 40 anos de vida, cerca de 1 500 revistas publicadas, mais de 170 mil páginas escritas sobre o esporte mais popular do mundo. PLACAR não se limitou a contar apenas os últimos 40 anos do futebol brasileiro. Fez mais. Nesse tempo todo PLACAR resgatou a história em inúmeras edições extraordinárias e reportagens especiais.
Por isso é até patético que PLACAR tenha sido citada na argumentação dos “historiadores” a soldo da CBF que transformaram Taça Brasil e Robertão em Brasileirões. Uma das justificativas para mudar o nome das competições do passado foi a de que “PLACAR desprezava a história antes de março de 1970, data de sua criação”. Piada, piada de mau gosto.
PLACAR jamais parou de olhar para trás. Competições como Robertão, Rio-São Paulo e Taça Brasil sempre foram tratadas ressaltando a importância que elas tiveram. Tanto que a primeira edição da Bola de Prata aconteceu em 1970, um ano antes da criação do Campeonato Brasileiro. A Bola de Prata de 70 premiou os melhores do… Robertão, portanto.
Em 1982 a revista publicou o primeiro ranking do futebol brasileiro. E desde então o Robertão recebe a mesma pontuação do Brasileiro, 15 pontos para o campeão. Isso pela razão de que o Robertão era uma competição equivalente ao atual Brasileiro. O ranking também sempre considerou a Taça Brasil como a Copa do Brasil da época. Não era? Torneio nacional mata-mata que alçava os vencedores à Libertadores. Não parece Copa do Brasil? Por isso a extinta Taça Brasil e a atual Copa seguem recebendo 12 pontos.
A revisão da CBF, mesmo que motivada por questões políticas, tem o mérito inquestionável de iluminar o passado. Competições importantes que não existem mais foram lembradas e valorizadas. O futebol brasileiro é péssimo de memória. A discussão serviu para todos recordarem que o Santos foi brilhante nos anos 60, que o Palmeiras teve uma Academia de Futebol, que Cruzeiro, Bahia, Fluminense e Botafogo conquistaram títulos relevantes.
Há 40 anos PLACAR trabalha o resgate dessa memória. O ranking fazia e continuará fazendo isso. Não é pela canetada da CBF que o Robertão será equiparado ao Brasileiro. Há seis anos consecutivos PLACAR publica um ranking com pontuações iguais para as duas competições. Não há por que transformar agora Taça Brasil em Brasileiro. São tipos diferentes de competições e com importâncias distintas. Copas em todos os lugares do mundo são consideradas competições complementares aos nacionais. Por isso seguiremos concedendo à Taça Brasil os mesmos 12 pontos da Copa do Brasil.
Com todo o respeito à CBF e às suas decisões, PLACAR prefere seguir escrevendo a história do futebol com suas próprias tintas. Segundo a CBF, o Flamengo não venceu o Brasileiro de 1987, que foi transmitido em horário nobre pela televisão e teve a maior média de público da história. PLACAR jamais deixou de considerar o Flamengo campeão ainda que tenha reconhecido também o Sport, que conseguiu o carimbo ofi cial do título. No Ranking PLACAR, o Flamengo recebe tratamento de campeão de 1987, assim como a Taça Brasil segue tendo pontos de Copa do Brasil. Sem falsa modéstia, estamos na frente da CBF em qualquer ranking de credibilidade…
Clique no link abaixo e veja o ranking da Placar completo
2 comentários:
Justiça.
Não importa a manobra escusa, Tricolor sempre o número 1.
Se em um campeonato gaucho ou mineiro ganha-se ao menos 5 pontos e com a galinhada em mais um centernada, tanto as marias quanto as coloridas superarão as galinhas que, em queda livre, ocuparão o 8º lugar.
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