Reprodução: Coluna do Juca Kfouri, da Folha
Também na alta cúpula do futebol mundial, trair e coçar é só
começar. Porque são amadores...
Cartolas da fifa são apaixonados pelo futebol.
Capazes de sacrifícios sem fim, como o de viver em hotéis
seis estrelas, viajar de primeira classe pelo mundo afora, almoçar e jantar em
restaurantes que exigem sempre paletó e gravata e sofrer com a pouca
convivência com suas sempre amadas mulheres, embora, verdade seja reconhecida,
algumas, ao perceber o tamanho do sofrimento, que muito frequentemente termina
em rumorosos divórcios, acabem por fazer questão de acompanhar o cônjuge.
Joseph Blatter e Ricardo Teixeira acharam uma maneira de
conviver em paz quando o presidente da Fifa propôs ao da CBF que ele fizesse a
Copa do Mundo no Brasil em 2014, mas não o atrapalhasse com candidaturas
prematuras à presidência da entidade em Zurique.
Não que o suíço temesse perder para o brasileiro, mas, como
se sabe, melhor não correr riscos.
E como o Brasil, assim como fez a África do Sul e fariam o
Qatar e a Rússia, estava disposto a pagar alto para ter a Copa, juntou-se o
útil ao agradável.
Assim foi feito, num acordão que envolveu todas as
federações nacionais da América do Sul, que nem sequer apresentaram
candidaturas para não ameaçar o patropi.
Nas negociações, ficou implícito que Blatter apoiaria
Teixeira pós-Copa brasileira, na eleição seguinte, em 2015.
Coisa que começou a desandar já na Copa da África do Sul,
porque Blatter sentiu a rejeição ao nome do ex-genro de João Havelange e se
assustou com a arrogância do pai de Joana Teixeira Havelange, a
secretária-executiva do COL-2014.
É que, diante do fato consumado em relação à próxima Copa no
Brasil, Teixeira viu-se livre para outras articulações, como, por exemplo, ao
se render aos encantos da calorosa candidatura do Qatar, passar, também, a
apoiar o presidente da federação de lá na eleição da Fifa de junho próximo.
Claro que Blatter acusou o golpe e que irá jogar tão pesado
quanto for possível para cobrar rapidez nas obras para 2014.
E ainda se deliciará com o ministro do Esporte, Orlando
Lero, quer dizer, Rolando Silva, isto é, Orlando Silva, capaz de dizer que
comparar o Brasil com a África do Sul é comparar laranjas com bananas,
exatamente no momento em que nosso país não aguenta mais ouvir falar em
laranjas, e o racismo no futebol europeu se manifesta com bananas.
Que inveja do Macaco Simão...
Comentário do blog
Talvez seja esse o memento de JJ convidar o Blatter um whiskyzinho no Morumba...
Um comentário:
It's a delicious comment! Perfeita salada de frutas...
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