Blog by Guedex
Blog by Guedex

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Entrevista: Raí

Reprodução: LANCE!NET

Com convite, Raí cogitaria ser o técnico

Ídolo não pensa em ser dirigente do clube. Mas, caso receba convite de Juvenal para comandar a equipe...

BENJA: O que está acontecendo com o São Paulo?
RAÍ: Desde quando eu jogava, sempre aprendi que quando você tem uma crise, porque o São Paulo está em crise, é evidente, não existe só um motivo, existem vários motivos. Sou próximo do São Paulo, sou embaixador do São Paulo, mas não estou vivendo lá dentro, não dá para saber o que está acontecendo. Acho que foi uma sequência depois de um período de sucesso. Uma sequência de atitudes, contratações, resultados que não deram certo e que culminaram na saída do treinador, depois um treinador provisório, jogadores sem confiança.

BENJA: O São Paulo contratou mal?
RAÍ: Acho que desequilibrado. Não digo mal em termos de nomes, mas acho que estava desequilibrado. Muitos jogadores em uma posição e poucos em outras. Depois vieram Ricardo Oliveira e Fernandão, que deixaram o grupo mais equilibrado. Estou citando uma das coisas e tiveram outras que não deram certo. Sem contar o estádio, Copa do Mundo, que era muito importante para o clube. Com certeza quando você junta muitas coisas acaba perturbando o ambiente. Fora o Santos e o Inter, não deve para ninguém em questão de elenco. Mas o time está sem confiança, desarticulado e em fase de transição. Então já era esperado que tivesse dificuldades.

BENJA: Nas ruas, as pessoas comentam muito que o São Paulo é arrogante. Você acha isso?
RAÍ: É difícil dizer. Qualquer situação de sucesso repetido pode gerar uma acomodação que você pode pensar que tudo o que tem funcionado, tem dado resultado e vai continuar dando. Uma acomodação é natural. Ela pode ter acontecido e alguma falta de cuidado com alguns detalhes que acabaram degringolando.

BENJA: Por ser o São Paulo, surpreende essa crise, ver as portas do CT do clube serem abertas pela diretoria para a torcida organizada?
RAÍ: Sem ser arrogante e sendo são-paulino (risos). No São Paulo isso não dura muito. Isso poderia criar uma crise sem fim e se repetir, mas acho que não vai acontecer. Já vivi crises parecidas, mas elas não se alongam muito. Ano que vem vamos ter a impressão de que não aconteceu. O que faz o São Paulo diferente não é que essas coisas não ocorram, mas sim que em um tempo maior elas se diluam porque as decisões tendem a ser rápidas, acertadas e de uma forma discreta.

BENJA: Não me lembro de o São Paulo jogar tão mal, tão covarde como contra o Internacional, no Beira-Rio, e contra o Corinthians...
RAÍ: São duas situações diferentes. Contra o Corinthians, Ricardo Oliveira até perdeu um gol cara a cara, mas com dez minutos de jogo via que se o Corinthians fizesse um gol, o São Paulo poderia ter tomado uma goleada. Mas você tem um treinador jovem, pegando o time, vários jogadores que estavam sendo questinados. Era esperado, não me surpreendeu. Claro que como são-paulino a gente fica com raiva, mas era esperado. Agora vamos ver se o São Paulo vai ser o São Paulo daqui para frente e que esse momento não dure para sempre.

BENJA: Você gostaria de ver Luxemburgo como técnico do São Paulo?
RAÍ: Luxemburgo é como todo jogador que passa por uma fase ruim, mas não esquece de jogar bola. Eu acho que ele perdeu um pouco o foco, mas entende muito de futebol. Está precisando de um desafio e poderia ser o São Paulo. Não acharia ruim, mas sei que ele tem resistência, não apenas no São Paulo, mas em qualquer clube.

BENJA: Paulo Autuori, Cuca, Vanderlei Luxemburgo, Sven Goran Eriksson e Antônio Lopes. Desses cinco nomes, se você pudesse escolher um, qual que você escolheria?
RAÍ: Há cinco anos, o Paris Saint Germain foi vendido. Entre os dois grupos que queriam comprá-lo, o que não ganhou queria que eu fosse o diretor geral desportivo do clube e tinha topado. Os dois nomes que tinha pensado para técnico eram Luxemburgo e Autuori. Sondei os dois. São dois treinadores que eu confio e que eu gostaria.

BENJA: Hoje o São Paulo corre risco de ser rebaixado para a Série B?
RAÍ: Claro, é obvio, é matemático. E pelo que o São Paulo está jogando corre risco. Mas pelo elenco que tem e se tomar as decisões corretas, não digo só de treinador, sai com os pés nas costas e vai lá para cima.

BENJA: Você é muito amigo de Leonardo. Ele pode assumir o time?
RAÍ: É impossível. O São Paulo hoje está buscando um treinador, não um dirigente. Leo pode até vir a ser, gostou da experiência, mas não é uma coisa que ele quer. Acho que ele pode vir a ser fácil um dos melhores treinadores do Brasil, mas o negócio dele é ser dirigente.

BENJA: E se Juvenal Juvêncio convidasse você para ser treinador do São Paulo. Assumiria ou de jeito nenhum?
RAÍ: Seria um baque, me faria pensar.

BENJA: Faria você pensar?
RAÍ: Óbvio, qualquer proposta do clube do coração me faria pensar. Acho que pelo meu momento tudo leva a crer que não, estou envolvido em outros projetos. Mas se tivesse passado pela cabeça dele já teria me falado, mas acredito que não.

BENJA: Achei que você diria que não, mas você disse que pensaria...
RAÍ: Eu falei que iria mexer comigo porque é o time do coração. Mas não é uma coisa que quero, mas também não digo que não vá querer mais para frente. Acho que dentro de alguns anos vou ter algum ou outro flerte com o futebol, pode ser treinador, mas por enquanto isso não passa pela minha cabeça.

BENJA: Você não acha que pode se queimar? Um grande ídolo dirigindo o time. Como Zico, Roberto Dinamite, Renato Gaúcho...
RAÍ: Com certeza é algo que pode queimar. No caso de Zico é mais difícil, mas dá uma questionada. O cara não vai ser mais o intocável dos intocáveis. Dinamite também é superrespeitado pela torcida do Vasco. Mas quando falo isso, sinto que treinador tem a sua autonomia, porque a estrutura do futebol e dos clubes faz ser mais difícil trabalhar como dirigente. As partes políticas e associativas, são muito mais difíceis para um ex-ídolo.

BENJA: E a categoria de base do São Paulo? Por quê não revela mais nenhum grande jogador?
RAÍ: Acho que vai aparecer ainda. Esse garoto Oscar, para mim, vai ser um craque. Teve problemas e tudo, mas tem de aparecer de novo, né?

BENJA: Para terminar, deixe seu recado para a torcida do São Paulo.
RAÍ: Fiquem tranquilos, não vamos cair, não. O pessoal vai saber o que fazer, se não souberem vou dar um grito lá (risos), mas vão saber... Time tem, qualidade tem, e não vai cair. É acertar bem para o ano que vem conseguir grandes vitórias.

BENJA: Vanderlei Luxemburgo ou Paulo Autuori?
RAÍ: Gosto dos dois. Então ficaria feliz com qualquer um dos dois.

Um comentário:

Xandão disse...

Eu não curto o Luxa raposão não.... acho ele um LIXO!

Mas na atual situação, concordo com o Raí: QQ um dos 2 acho que faria bem pro TRICOLAÇO!

Abraço!

Postar um comentário