Blog by Guedex
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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Explica mas não justifica

Reprodução: LANCENET

Entenda por que Juvenal quer novo mandato no São Paulo
Morumbi, rejeição a aliados e prestígio no governo incentivam reeleição do presidente
Alexandre Lozetti

A decisão de se candidatar outra vez à presidência do São Paulo não foi fácil para Juvenal Juvêncio. A ideia, confirmada nesta quinta-feira, sofreu rejeição da família, temerosa com o desgaste certo, alertas de aliados sobre contestações jurídicas por parte da oposição.
Porém, pesaram mais, além do apego ao cargo, a pressão de cardeais antigos do clube e a rejeição a possíveis candidatos da situação, como o vice-presidente de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva.
O Morumbi é o principal fator da tentativa de reeleição. Juvenal tem ótimo trânsito nos governos Federal e Estadual. É amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, referência da atual presidente Dilma Rousseff. Em São Paulo também é escutado com respeito. Na última quarta-feira, participou de reunião no Palácio dos Bandeirantes com o governador Geraldo Alckmin.
O objetivo era assegurar recursos para o entorno do Morumbi. No estádio, não haverá dinheiro público, já que a Copa do Mundo não será realizada no palco são-paulino. Mas as obras de acesso, nas ruas, como o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e o alargamento das calçadas serão bancadas pelo governo.
O ex-presidente do clube e ex-governador de São Paulo Laudo Natel é um dos maiores incentivadores da reeleição de Juvenal Juvêncio. Ainda muito respeitado no Morumbi e na esfera pública, ele recomendou ao dirigente que se mantivesse no poder para tocar as obras no estádio e também no CT da base, em Cotia.
O nome de Juvenal para sucedê-lo era o de Leco, vice de futebol. Mas sua candidatura, assim como a de outros aliados, não foi bem aceita por boa parte dos conselheiros, a maioria ligada à situação do clube.
A quase inexistência da oposição também deixa o presidente mais à vontade para se propagar no poder. É possível que nem haja adversário na eleição de abril (leia mais abaixo).
Nesta quinta-feira, o Grupo Participação, composto pelos aliados de Juvenal, se reuniu para sacramentar a candidatura. Mesmo entre eles há divergências quanto à reeleição, mas o respeito ao presidente vai impedir qualquer manifestação pública. E a grande maioria deverá se manter ao lado dele. Até porque não contestam a impressão de que não há homem mais adequado para dirigir o clube.

Oposição chia, mas pode nem ter candidato
A oposição do São Paulo vai contestar a tentativa de reeleição de Juvenal Juvêncio. Porém, ainda nem sabe se vai lançar candidato.
Em meio às críticas à situação, o grupo também vive péssima fase: desmantelado e enfraquecido, vê alguns de seus líderes transitarem harmonicamente com os atuais dirigentes e não tem condição de vencer Juvenal, ao menos nas urnas.
O ex-presidente José Eduardo Mesquita Pimenta considera uma "afronta" a candidatura do atual presidente, já que o estatuto determina apenas uma reeleição. A situação alegará que sob a vigência do novo estatuto, desde janeiro de 2008, essa será a primeira vez.
Porém, Pimenta admite não haver um adversário capacitado.
– O Juvenal se reeleger é um retrocesso, uma mancha. Mas a oposição não se organiza. Acho que não deve ter candidato. Quando eu falo ficam bravos, mas não vejo ninguém – lamentou o ex-presidente.

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